Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.
III
Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.
Hilda Hilst, 1992.
foto: Cássio Rodrigues e ela, Grécia, 1957.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
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Um comentário:
bonito o poema dela.
camilha, mudei pra baladadaarrasadan, viu?
bêjo.
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