sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Do Desejo

Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.


III

Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.


Hilda Hilst, 1992.
foto: Cássio Rodrigues e ela, Grécia, 1957.

Um comentário:

 ­adan ­arruda. disse...

bonito o poema dela.


camilha, mudei pra baladadaarrasadan, viu?
bêjo.