"Foi um doloroso despertar. Por que as coisas eram tão erradas assim? As perguntas que eu me fazia desde menino um sem-número de vezes subiram novamente a meus lábios. "Por que todos nós somos oprimidos pelo dever de destruir tudo, mudar tudo, confiar tudo à impermanência? É a esse dever desagradável que o mundo chama vida? Ou sou eu o único para quem isso é um dever?" Pelo menos não havia dúvida de que eu era o único a considerar o dever como uma carga pesada.
Finalmente falei:
- Então, você vai embora...Mas claro que mesmo que ficasse aqui, eu teria que partir dentro de pouco tempo...
- Para onde você vai?
- Resolveram mandar-nos viver e trabalhar em alguma fábrica novamente, no começo deste mês ou em abril.
- Mas uma fábrica... Vai ser perigoso, com os ataques aéreos e tudo.
- Sim, vai ser perigoso - respondi desanimado.
Despedi-me tão rapidamente quanto possível..."
trecho do livro "Confissões de uma máscara", de Yukio Mishima.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
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Um comentário:
Obrigado a você e ao Jean por me presentearem com este, que se tornou um dos livros mais bonitos/verdadeiros/dolorosos que eu já li.
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