segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

ridículo,

cantando baixo, com os olhos em lágrimas,
acabou se cortando na garrafa que atirara ao muro.







franklin nunes

sábado, 17 de janeiro de 2009

A poesia

Hoje fui ao banco
e um pé d’água
daqueles
me acertou
no meio do caminho.
Como chovia até
dentro do guarda-chuva
e eu já estivesse ensopado,
resolvi voltar pra casa.
Então, ao pisar
o meio-fio, a enxurrada
arrastou minha
havaiana.
Escalei a rua de volta
por um quarteirão inteiro
somente com
uma
sandália
no pé
e daí a abandonei
à sua própria
sorte.
Observei-a
por instantes
desaparecer no vórtex
das esquinas
e pensei
que em algum rio
subterrâneo
da cidade
deveria haver
um cemitério
de havaianas
afogadas
pela chuva.
Cheguei de novo
em casa devendo juros
altos
(não consegui
pagar
as contas),
com roupa e documentos
encharcados;
então, de repente,
o aguaceiro cessou
e o sol saiu,
iluminando meus
pés frios.


do joca
Com barras de aço os outros quebraram a alta jaula de vidro onde o peixinho dourado dela estava dormindo. Destruição. Alagamento. A cidade e todos os juízes já estão cobertos de lama. Arrastado pela enchente, ele passa sob os olhos verdes de uma mulher que uma vez já lhe encendiou os sentidos.




de Alain Lance, no blog do renato mazzini.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

PERFEITOS ESTRANHOS BLUES

hoje dei de cara com uma pessoa
na mesma casa
em que nós
anos atrás

nem sei
ninguém falou
esquecemos os nomes
um do outro

e nos afastamos
sem dizer nada
perfeitos estranhos novamente




do rodrigo garcia lopes

domingo, 11 de janeiro de 2009

véi dorivá:

- roupa é para os fracos.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Meu ego

Por favor meu ego
Não dê força ao prego
Que nos põe contra a parede
Pra nos afogar de sede

Chove chuva na sua boca
Você não bebe

Há palavras, existem letras
Mas você não forma
As frases loucas que cultiva por aí

Fale pelos cotovelos, e pelos joelhos
Me critique sem razão
Se omitir não vale à pena

Mas não polua minha cultura
Não venha dividir comigo sua auto-censura
Me desencontre, não me prostitua
Se não seremos mais uma carcaça em desgraça por aí






erasmo e robertão

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

domingo, 4 de janeiro de 2009

- NÓ:

nada: fenda-funda:
gula pálida: sangue-suga:
ânsia-criança (desaparecida) -

sábado, 3 de janeiro de 2009


"poema de marcos prado com lay-out de seu cunhado solda."

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

castástrofe

totens de prata náufraga,
piratas em terra sedentos
aos tambores da dança da chuva:
sem rum(o)
gigante e meteórico
granizo veloz geofágico