Toda saudade
repousa nas palavras,
tem cheiro de pinho
e ossos muito brancos.
Toda saudade:
velas arreadas
dos mastros dos batéis,
última visão da chama apagando,
canção de helenas nuas
perdida nos lábios de Ílion.
Em tudo,
o teu nome de pedra,
Saudade,
cadela morta.
MICHELINY VERUNSCHK
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
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2 comentários:
Que graça isso.
A saudade...
Coisa, né?
Crava a textura volátil do vento
perfura a pele austera de meus dedos
Assopra
Vomita a carne viva que faz-me algoz
de desejos perdidos na parede cinza
onde portas enferrujam
gastas ao tempo
Abre a boca macia e desliza
come vorazes sentidos
da inutilidade noturna.
Aplaca a agonia e
faz-me o poema
que vagueia o ar
dando fôlego às folhas
Dá-me a ternura de dedos cálidos e cessa...
Cessa essa metralhadora que fere almas
destrói vidas e faz
da chuva rio vermelho-dor.
Na cadência de notas
doce
sabor
da musse
escorrida ao corpo.
Me toma
pois que sou tua.
Atravessa o véu que cobre
o sorriso
pedra
atrás dele moram
plumas
Quando cantas macio
como agora
destravo palavras engasgadas
cortes de pensamentos
Vem
Pausadamente
e abraça a hora
onde tateio a palavra.
A m o r.
na cadência macia da boca,
ivy gomide
procê ler.
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