quarta-feira, 9 de julho de 2008
sinos
uma mágoa gigantesca encarna depois do primeiro palavrão. submersos*, praguejamos até a rouquidão. bebemos em silêncio "como um pirata perdido". dormimos na mesma cama sem trocar a negligência das costas. de madrugada, um mesmo teto desaba sobre nossas duas cabeças. passa rápido. durante, pra não me perder, racionalizo: tomamos o cuidado de não deixar nada pra trás. nenhuma ofensa encruada. mas me desatina, essa liberdade. respeito que me desnuda, depois me decompõe, por fim, me dissolve. líquida, passo por entre seus dedos. mas não quero.
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2 comentários:
Ah, o amor...
*termo usado pelo franco, ao narrar urgência semelhante.
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