quinta-feira, 23 de julho de 2009
quarta-feira, 8 de julho de 2009
deslumbre
"Os produtos naturais usados pelos povos siberianos para fins medicinais ilustram, por sua definição precisa e pelo valor específico que lhes é dado, o cuidado, a engenhosidade, a atenção ao detalhe e a preocupação com as diferenças que devem ter empregado os observadores e teóricos nesse tipo de sociedade: aranhas e vermes brancos engolidos (itelmene e iakute - esterilidade); gordura de escaravelho negro (ossete - hidrofobia); barata esmigalhada, fel de galinha (russos de Surgut - abcessos e hérnia); vermes vermelhos macerados (iakute - reumatismo); fel de solha (buriate - doenças dos olhos); cadoz, caranguejo de água doce, engolidos vivos (russos da Sibéria - epilepsia e todas as doenças); toque com um bico de picanço, sangue de picanço, insuflação nasal de pó de picanço mumificado, ovo do pássaro kouchka sorvido (iakute - contra dor de dentes, escrófulas, doenças dos cavalos e tuberculose, respectivamente); sangue de perdiz, suor de cavalo (oirote - hérnias e verrugas); caldo de pombo (buriate - tosse); pó das patas do pássaro tilégous moídas (kazak - mordida de cão raivoso); morcego seco pendurado no pescoço (russos do Altai - febre); insuflação da água proveniente do ninho do pássaro remiz (oirote - doenças dos olhos). Somente entre os buriates e limitando-se ao urso, a carne deste possui sete virtudes terapêuticas diferentes; o sangue, cinco; a gordura, nove; o cérebro, 12; a bile, 17; e o pêlo, duas. Também os Kalar recolhem os excrementos empedrados do urso no fim da hibernação para curar prisão de ventre (Zelenine 1952, 47-59)."
em O pensamento Selvagem, de Claude Lèvi-Strauss (A ciência do concreto, 15-49).
em O pensamento Selvagem, de Claude Lèvi-Strauss (A ciência do concreto, 15-49).
terça-feira, 7 de julho de 2009
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